2010
Decorreu no dia 6 de Fevereiro, o lançamento do mais recente romance de Carlos Campaniço. O autor, que é natural de Safara e vive há catorze anos no Algarve, apresentou na sua terra natal, perante uma sala cheia de conterrâneos e outros amigos, A Ilha das Duas Primaveras, obra de ficção inspirada na história do Mediterrâneo e dos seus povos.
2011
No fim-de-semana de 22 e 23 de Janeiro de 2011, as crianças de Safara tiveram a oportunidade de participar numa actividade diferente: um teatro de sombras. Da construção dos fantoches até à representação em público, passando pela criação de uma pequena história, elas fizeram tudo!
Este ateliê foi dinamizado por uma jovem francesa, Anne Bonvoisin, que já tinham colaborado com a ADCMoura, em 2007, enquanto voluntária. Em Novembro de 2010 iniciou uma viagem pela Península Ibérica, espalhando sementes de criatividade pelo seu caminho.
O teatro de sombras é uma técnica de dramatização que terá sido inventada na China, segundo a lenda, no ano 121 pelo mago da corte do imperador Wu Ti. Este teria ordenado ao mago que trouxesse de volta a sua bailarina favorita que havia morrido. O mago teria então improvisado uma silhueta de mulher com a fina pele de um peixe, que pôs a dançar à frente de um lençol branco colocado contra a luz do sol.
Assim teria nascido o teatro de sombras. Desde então, a técnica espalhou-se pelo mundo inteiro, e é agora praticada correntemente.
As dez crianças safarenses que participaram no ateliê aprenderam pela prática como funciona um teatro de sombras. Iniciada com uma pequena história representando o propósito da viagem que a dinamizadora está a realizar, a actividade prosseguiu com a construção dos fantoches pelas crianças: desenhar uma personagem num pedaço de papelão, recortar a silhueta, acrescentar adereços tais como cabelos, roupas ou outros pormenores (a cenoura do coelhinho, o osso do cão), fixar o pau que permitirá manusear o fantoche, e pronto! As crianças puseram a sua imaginação a trabalhar, o que deu como resultado uns fantoches muito engraçados, cheios de cor e alegria.
A segunda parte do ateliê consistiu na dramatização de uma história pelas crianças. Inventaram a continuação da peça apresentada pelos monitores no início do ateliê. Todos em conjunto deram vida às suas personagens, acrescentaram um pouco de magia e humor, descobriram a arte de representar sem serem vistos.
E foi com muito entusiasmo que voltaram no domingo à Casa da Moagem para preparar e encenar o seu espectáculo. À frente de um público composto por cerca de 20 pessoas, apresentaram a história da procura do Sol: várias personagens, vindas do mundo inteiro, encontram-se em Safara na busca do Sol que desapareceu dos seus lugares de vida. São acolhidos pelo coelhinho, muito aflito, porque em Safara também o sol desapareceu… Todos juntos, iniciam a sua viagem à procura do Sol, que descobrirão em breve seguindo um lindo arco-íris. Só falta espantar as nuvens, o que não representa grande dificuldade para as nossas personagens: aliando o sopro de todos, o vento levantado não deixa hipótese ao nevoeiro!
E eis o resultado de um rico fim-de-semana em Safara: uma lição de solidariedade, boa disposição e imaginação, umas boas recordações, a aprendizagem de novas técnicas e uma experiência de palco para as crianças!
2012
A ADCMoura promoveu entre 16 e 20 de Abril, no concelho de Moura, um workshop denominado “Action for interculturalism: ‘Roma comunities’ inclusion in rural areas”, financiado pelo programa Grundtvig e que contou com a participação de dezasseis técnicos de oito países europeus (Itália, França, Grécia, Polónia, República Checa, Alemanha, Noruega e Portugal) que trabalham na área da interculturalidade e da integração social e educativa das comunidades ciganas.
No dia 16 de Abril, no âmbito do acolhimento dos participantes e do contacto com a realidade local, o grupo passou pelo Centro de Artesanato e Cultura para ouvir algumas modas magnificamente cantadas pelo Grupo Coral Feminino de Safara.
2013
No dia 23 de Março, foi apresentado no Centro de Artesanato e Cultura de Safara o mais recente romance de Carlos Campaniço, Os demónios de Álvaro Cobra, com a presença do autor. Recorde-se que Carlos Campaniço é natural de Safara e venceu com esta obra o Prémio Literário Cidade de Almada 2012. A apresentação do livro esteve a cargo do escritor Mário Zambujal.
SINOPSE
A aldeia de Medinas seria um lugar bem mais aprazível não fosse contar- se entre os seus habitantes Álvaro Cobra, um lavrador que atrai fenómenos sobrenaturais e tão depressa é tido por bruxo como por santo: não chorou ao nascer, com um mês já tinha dois dentes, consegue ouvir a Terra girar sobre si própria, tem uma cadela que adivinha o tempo e, além disso, já morreu duas vezes – mas ressuscitou, e desde então um bando de grifos faz ninho no seu telhado. A sua estranheza impediu-o, porém, de arranjar mulher, mas o encontro com a filha de um nómada que vende torrão doce na Feira de Setembro promete mudar esse estado de coisas, ainda que a união traga surpresas (nem sempre agradáveis) quer ao próprio lavrador, quer às mulheres da sua família: a bisavó Lourença, que conta cento e cinquenta anos mas guarda invejável lucidez; a mãe, que consegue trabalhar a terra com uma mão e cozinhar com a outra; ou mesmo Branca Mariana, a irmã excessivamente febril que vive prostrada numa cama onde os lençóis chegam a pegar fogo. Do casamento atribulado, nascerá Vicente, o filho de quem se espera uma existência completamente distinta da do pai. Porém, tratando-se de um Cobra, nunca fiando… Ao ficcionar uma aldeia alentejana em finais do século XIX – na qual judeus, árabes e cristãos andam às turras e os mitos ganham terreno à realidade -, Carlos Campaniço oferece-nos uma galeria de personagens inesquecíveis, que vão de um anarquista à dona de um bordel ambulante, e recicla de forma original o realismo mágico para revisitar as virtudes e os defeitos das pequenas comunidades rurais do nosso Portugal.
2013
A ADCMoura participou, entre 5 e 8 de Setembro, na XVª edição da Semana Cultural de Safara, cabendo-lhe a organização do peddy-paper “À descoberta da aldeia branquinha”, que teve lugar no dia 6, utilizando como roteiro o principal eixo viário da aldeia, entre a Achada de São Sebastião e o Largo das Ameias.
Tratou-se de um percurso de interpretação que concitou a atenção sobretudo dos mais novos, num convite à descoberta de elementos do património edificado e da história da aldeia de uma forma lúdica.
Uma das etapas do percurso, com os respectivos enigmas e perguntas, era dedicada à exposição sobre o artesanato da aldeia patente no Centro de Artesanato e Cultura de Safara.
No final, todos os elementos das equipas vencedoras receberam “vouchers” para serem trocados por produtos no comércio local, uma forma de apoiar a economia da aldeia que foi muito bem acolhida pelos comerciantes.